quinta-feira, 10 de maio de 2012


Escudo genético protege células contra danos da quimioterapia





Redação do Diário da Saúde




    Transplante autólogo
    Um transplante de células-tronco sanguíneas geneticamente modificadas protegeu pacientes com câncer dos efeitos tóxicos da quimioterapia. 


    Esta é a primeira vez que se demonstra a viabilidade e a eficácia de um novo uso para o transplante autólogo de células-tronco - um transplante com células-tronco do próprio paciente.
    Os cientistas recolheram as células-tronco dos próprios pacientes, fizeram as modificações genéticas, e então as transplantaram de volta.
    O objetivo era proteger a medula óssea desses pacientes oncológicos contra os efeitos colaterais da quimioterapia.
    Células-tronco geneticamente modificadas
    Os resultados iniciais desse pequeno ensaio clínico, com três pacientes com glioblastoma, mostraram que dois pacientes sobreviveram mais tempo do que o previsto, caso não tivessem recebido o transplante.
    Melhor ainda, um terceiro paciente permanece vivo sem progressão da doença quase três anos após o tratamento.
    "Os pacientes foram capazes de tolerar melhor a quimioterapia, e sem efeitos colaterais negativos após o transplante com as células-tronco geneticamente modificadas," resumiu Hans-Peter Kiem, do Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson (EUA).
    O estudo foi publicado nesta quarta-feira na revista Science Translational Medicine.
    Gene hiperativo
    Muitos dos pacientes com glioblastoma têm um gene chamado MGMT (O6-metilguanina- DNA metiltransferase) hiperativo.
    O MGMT é uma enzima de reparação do DNA que neutraliza o efeito tóxico de alguns agentes da quimioterapia, como a temozolomida - o problema é que ele acaba protegendo também as células tumorais.
    O glioblastoma é um câncer altamente invasivo - metade dos pacientes morre em pouco mais de um ano - e, mesmo com os tratamentos quimioterápicos, o tempo de sobrevida dos pacientes é muito curto.
    Mas pacientes com esse gene hiperativo têm um prognóstico particularmente ruim.
    Um medicamento chamado benzilguanina pode bloquear o gene MGMT e tornar as células tumorais novamente sensíveis à quimioterapia.
    Mas, quando administrado com a quimioterapia, os efeitos tóxicos dessa combinação são fortes demais para as células da medula óssea, o que resulta na supressão da medula. E os pacientes acabam morrendo de infecções.
    Escudo genético
    No novo tratamento, os pacientes receberam uma versão modificada da MGMT, chamada P140K, inserida por engenharia genética em suas próprias células saudáveis, colhidas antes que a quimioterapia as afetasse.
    Em algumas semanas, os pacientes tinham de 40% a 60% das células com o gene mutante.
    Isso "blindou" as células contra os efeitos tóxicos da quimioterapia e da benzilguanina, enquanto as células tumorais continuaram suscetíveis à ação da quimioterapia.
    As células protegidas sobreviveram, enquanto as células tumorais morreram.
    O objetivo agora é iniciar uma nova etapa de estudos com um número maior de pacientes.Share on twitter

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    domingo, 6 de maio de 2012

    Células-tronco geram neurônios perdidos por Alzheimer


    Redação do Diário da Saúde


    07/03/2011

    Implante de neurônios

    Cientistas conseguiram pela primeira vez transformar uma célula-tronco embrionária humana em um tipo de neurônio que morre logo no início da doença de Alzheimer.
    A morte desse neurônio específico é uma das principais causas da perda de memória associada à doença.
    Embora ainda nos primeiros passos da pesquisa, a expectativa dos cientistas é transformar essa descoberta em uma forma de transplantar os novos neurônios para o cérebro das pessoas com Alzheimer.
    De início, um suprimento em larga escala desses neurônios humanos permitirá o teste mais rápido de novos fármacos para o tratamento desse e de outros distúrbios neurológicos.
    Neurônios leitores da memória
    Esses neurônios críticos, chamados neurônios colinérgicos do prosencéfalo basal, ajudam o hipocampo a recuperar as memórias.
    No início da progressão do Mal de Alzheimer, os pacientes perdem a capacidade de recuperar as memórias, mas não as memórias propriamente ditas.
    Há uma população relativamente pequena desses neurônios no cérebro, e sua perda tem um efeito rápido e devastador sobre a capacidade de lembrar.
    Agora que aprenderam como produzir as células, os cientistas poderão estudá-las em uma cultura de tecidos e descobrir uma forma de impedir que morram.
    "Esta técnica de produzir os neurônios permite o cultivo em laboratório de um número quase infinito dessas células, permitindo que os cientistas estudem porque essa população de células específica morre na doença de Alzheimer," afirmou Christopher Bissonnette, da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos.
    A disponibilidade dos neurônios também significa que os pesquisadores poderão testar rapidamente milhares de drogas diferentes para ver qual delas pode manter as células vivas. Esta técnica é chamada de teste rápido de rastreio de alto rendimento.
    Da pele ao neurônio
    Os neurônios recém-produzidos funcionaram exatamente como os originais depois de serem transplantados para o hipocampo de camundongos.
    Os neurônios produziram axônios, ou fibras de conexão para o hipocampo, e liberaram acetilcolina, uma substância química necessária para o hipocampo recuperar as memórias de outras partes do cérebro.
    O grupo também descobriu uma outra forma de fazer os neurônios. Eles criaram células-tronco embrionárias humanas, chamadas células-tronco pluripotentes induzidas, a partir de células da pele humana e, em seguida, transformaram-nas em neurônios.