domingo, 28 de julho de 2013

Cientistas preveem tratamento para Alzheimer em cinco anos

Especialistas apostam no uso de células-troncos para ajudar a controlar a doença

Juan José Rodríguez, da
AFP
Pesquisa com células-tronco
Pesquisa com células-tronco: esperança no tratamento de Alzheimer
Paris - Dentro de uns cinco anos haverá um tratamento eficaz para o mal de Alzheimer, que devolveria as faculdades mentais às pessoas acometidas pela doença, que atinge um terço dos maiores de 85 anos no mundo, afirmaram cientistas.
"Penso que estamos quase prontos para fazê-lo (ter um tratamento eficaz), acho que em cinco ou seis anos" existirá, disse à AFP o cientista japonês Kiminobu Sugaya, que participou no Panamá de uma "Conferência Internacional sobre Novas Descobertas do Cérebro".
Os cientistas correm contra o tempo para encontrar um tratamento para esta doença neurológica que leva à perda progressiva da memória e da linguagem, e para a qual não há cura por enquanto.
Há estudos muito avançados que demonstram que aumentando o número de células no cérebro de um paciente é possível deter o Alzheimer, explicou Sugaya, professor de neurociência da Universidade Central da Flórida, nos Estados Unidos.
Para isto são necessárias células-tronco, tiradas da etapa pré-natal de uma pessoa, que teriam que ser transplantadas ao paciente caso ele padeça de Alzheimer.
"Se se aumenta o número de células (no cérebro do paciente) é possível deter a doença", explicou Sugaya, que estuda este mal há quatro décadas.
O objetivo é que as células-tronco se transformem em neurônios saudáveis, que substituam os neurônios doentes, algo que Sugaya disse ter testado com sucesso em ratos.
"O grande desafio na próxima etapa é ter remédios que detenham a doença e impeçam o acúmulo da toxina beta-amiloide no cérebro", disse à AFP Daniel Chain, presidente da empresa americana Intellect Neurosciences Inc., dedicada ao estudo do Alzheimer.
A beta-amiloide é uma proteína que se acumula no cérebro dos doentes de Alzheimer, criando uma espécie de emaranhado que dificulta a comunicação entre as células, explicou.
"Penso que dentro de cinco anos haverá remédios no mercado" para reverter o Alzheimer, disse Chain, explicando que eles não só deteriam o avanço da doença, como também poderiam restaurar os danos no cérebro do paciente.
"Nenhum dos fármacos que estão disponíveis hoje no mercado são eficazes contra a doença", acrescentou o especialista americano.
Os medicamentos "são administrados (ao paciente) para melhorar sua vida diária, mas não estão fazendo nada no cérebro para retardar o avanço do mal", reforçou a cientista panamenha Gabrielle Britton.
"O maior desafio agora é poder identificar um biomarcador (uma proteína ou um gene) que nos permita poder dizer, 'esta pessoa vai ter Alzheimer', para lidar com a doença desde cedo", acrescentou Britton, pesquisadora do Centro de Neurociências do Panamá.
Os especialistas asseguram que o Alzheimer têm um componente genético em 10% dos casos.
Segundo afirmou Britton, metade dos maiores de 85 anos no mundo sofrem de algum tipo de demência e a mais comum entre elas é o mal de Alzheimer.
A doença deve seu nome ao psiquiatra e neurologista alemão Alois Alzheimer (1984-1915), que no começo do século XX identificou seus sintomas e a degeneração que causa no cérebro.


http://exame.abril.com.br/ciencia/noticias/cientistas-preveem-tratamento-para-alzheimer-em-cinco-anos

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Cientistas fazem "fígado rudimentar" humano em laboratório

Imagem mostra brotos hepáticos desenvolvidos em laboratório
Foto: Takanori Takebe / Divulgação
 
Cientistas conseguiram criar um fígado humano "rudimentar" a partir de células-tronco. Segundo os pesquisadores, esta técnica poderia ser aplicada a outros órgãos, como pâncreas, rins e até mesmo pulmões. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira na revista especializada Nature.


"Nós simplesmente juntamos três tipos de células, inclusive progenitoras derivadas de iPS (sigla em inglês para células-tronco pluripotentes induzidas) humanas, e descobrimos que elas inesperadamente se auto-organizaram e formaram um broto hepático - um fígado rudimentar", diz Takanori Takebe, da Universidade da Cidade de Yokohama (Japão) e principal autor do estudo, a jornalistas.
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Esses "brotos" foram implantados em ratos e desenvolveram tecido funcional de fígado e tinham vasos sanguíneos também funcionais. De acordo com o cientista, essa é uma prova de que a criação de órgãos com células-tronco está no caminho certo e pode ser uma alternativa no futuro para a falta de doadores.


O cientista afirma que esses brotos aparecem naturalmente no embrião humano por volta de cinco ou seis semanas de gestação. "Nós basicamente mimetizamos esse processo de transição muito inicial de formação de brotos hepáticos", diz. Passar desse estágio para a formação de um fígado adulto é considerado muito difícil pelo pesquisador.

O próximo passo, afirma o cientista, é criar brotos ainda menores, pequenos o suficiente para sejam injetados na corrente sanguínea dos ratos. Para o uso em humanos, o passo considerado mais importante pelo pesquisador é a produção em larga escala desses brotos. "Quando consideramos as aplicações clínicas, talvez dezenas de milhares de brotos hepáticos tenham que ser gerados in vitro (...) Isso pode levar talvez cinco ou seis anos."

De rato com pelo humano a cão que brilha; veja experiências genéticas
< O estudo da genética trouxe muitos benefícios à humanidade. Doenças podem ser tratadas e entendemos muito melhor a nossa natureza. Por outro lado, a pesquisa do DNA levou a experiências inacreditáveis, como este camundongo. Cientistas conseguiram fazer crescer cabelo humano na pele do animal. Veja a seguir outras experiências incríveis Foto: AP Cientistas da Coreia do Sul criaram um cachorro beagle capaz de brilhar no escuro Foto: Reuters A capacidade de brilhar no escuro pode ser "ligada" ou "desligada" conforme a comida com que o cachorro é alimentado. Foto: Reuters Leia mais Mas não é o primeirao animal desse tipo. O pequeno Ruppy, apresentado em 2009, tem um gene que produz uma proteína fluorescente vermelha que brilha no escuro Foto: AP Ruppy faz parte de uma ninhada da raça beagle que é transgênica e ao mesmo tempo clonada. Foto: AP Leia mais O gato Tabbies ficou imune à versão felina do HIV após o procedimento que o faz brilhar no escuro. Foto: Mayo Clinic / Reuters Leia mais Uma empresa japonesa modificou geneticamente uma rosa para que ela tivesse outra cor. A rosa azul, como chamada pelos cientistas asiáticos, tem um tom violeta. Foto: AFP  Leia mais Resultado daquele que certamente é o experimento genético mais famoso, a ovelha Dolly foi o primeiro animal clonado na história. Dolly nasceu com anomalias cromossômicas e teve uma artrite muito prematura. O animal foi sacrificado em 2003 devido a uma doença pulmonar progressiva. Foto: Wikimedia Leia mais Em 2004, cientistas anunciaram que conseguiram fazer um óvulo gerar um rato sem ser fecundado por um espermatozoide. Foto: AP Leia mais > Cientistas anunciam mais detalhado mapa do cérebro; acesso é gratuito Mosquitos portadores da malária são atraídos por chulé humano Ossos de garota indicam prática de canibalismo nos EUA 1 9 < > >Foto: AP